19/06/2011


Para Maria Sharapova, ganhar o título em Wimbledon este ano, significaria mais do que os três Grand Slam coleccionados.

Na véspera da nona campanha no All England Club, a Russa diz que gostaria muito mais de receber a proeza de ganhar um Slam devido aos problemas que teve com a lesão crónica no ombro. "Se eu o ganho (o título), se é aqui, ou se é noutro lugar qualquer, acho que seria a maior conquista na minha carreira," diz ela.




"Antes da lesão estava tudo a correr normalmente... Acordavas, treinavas, e depois, de repente, um dia isso foi-te tirado."

"Por isso tem que se dar um passo atrás e olhar para as coisas de um ângulo diferente. E quando se volta, basicamente começa-se do zero. Tenta-se chegar a um nível em que se possa competir com as jogadoras do topo, derrotando-as dia sim, dia não. Sim, é um longo processo."

A número 6 do mundo é a favorita de muitas pessoas para o título, embora não tenha ganho um Grand Slam há três anos e meio. Com as irmãs Williams, desconhecidas, após longas ausências, Kim Clijsters ausente do torneio e a 1º cabeça de série Caroline Wozniacki não ter de jogar para disputar o No.1 do Ranking, a Campeã do Wimbledon de 2004, Sharapova vê-se uma grande favorita graças à experiência que tem e um jogo feito por medida para a relva.

Mas ela é  rápida a anular a discussão do favoritismo. "Acho que temos que tratar cada encontro como se fosse a final de um torneio, e não se pode subestimar a adversária. Acho que é importante concentrar-se no próximo (encontro)," diz ela. "Nunca fui uma pessoa de nomear os favoritos. Não tem sido o meu trabalho. Acho que é mais o trabalho dos media do que de outra pessoa qualquer."

Curiosamente para uma jogadora de pisos rápidos e ex vencedora de Wimbledon, Sharapova voltou à sua melhor forma este ano na terra batida, ganhando o título de nível Premier, em Roma e chegando às Sem-finais de Roland Garros. Isto aumentou-lhe a confiança no que toca à entrada nos Campeonatos.

"Estou a melhorar o meu ténis. Estou a jogar muito melhor," diz ela. "Joguei muitos encontros na terra batida que era o que eu queria mesmo fazer. Sinto sempre que uma das razões pelas quais gosto da transição é porque sinto que se aprende muito sobre o jogo quando se está em courts de terra batida. Pensa-se mais quando se constrói o ponto e essas coisas todas. Joguei alguns encontros difíceis de três sets. Mas é sempre bom, como eu disse, para voltar à relva."

É difícil de acreditar que o seu sucesso em Wimbledon foi há 7 anos atrás. Afinal de contas, tem apenas 24 anos. Mas desde a sua vitória em 2004 a chegar às semi-finais em 2005 e 2006, Sharapova nunca mais passou da quarta ronda.

Não que ela deixe os resultados recentes mancharem as memórias da improvável vitória sobre Serena Williams aos 17 anos. "Acho que o facto de, não importa o que eu conquisto ou como vou jogar aqui, quando me reformar, sei que fui uma parte muito pequena da história do Wimbledon," diz ela.

"É incrivel fazer parte de uma tradição e todos os campeões. Esperançosamente posso repeti-lo. Isso seria um sonho meu. Mas tenho apenas as melhores memórias daqui."

Mesmo embora ela pudesse ter contornado a reabilitação exaustiva e desistido confortavelmente com os três títulos do Grand Slam e milhões de dólares, Sharapova acredita que pode adicionar a esse banco de memórias felizes.

"Acho que tive muitas oportunidades na minha vida para dizer que já tive o suficiente ou que já conquistei muito, mais do que aquilo que eu pensei que conseguisse, que tenho todos estes feitos, mas no entanto, ainda sentia que faltava alguma coisa. Ainda sentia que havia muito dentro de mim quando queria jogar," revela ela.

"Quando estava lesionada, fiz muitas coisas. Trabalhei em projectos, passei férias com os amigos e a família. Mas ao fim do dia, essas coisas não significaram nada comparando com o que significa ganhar encontros de ténis."

Se ela ganha os sete esta quinzena, vão ser as suas vitórias mais doces.

fonte Wimbledon