25/06/2011

Q. Como sentes que jogaste?
MARIA SHARAPOVA: Uhm, sinto que comecei muito lentamente, e ela começou muito bem. Completamente o contrário de como eu comecei, acho que ela foi muito mais agressiva do que eu no inicio.
As bolas dela eram profundas. Acho que estava a jogar muito à defesa. E ela estava a servir muito bem. Por isso não tive muitas oportunidades de atacar o 2º serviço.
Mas depois, ganhei ritmo e comecei a jogar melhor e, pronto...

Q. No geral, quais foram as tuas impressões sobre a performance dela?
MARIA SHARAPOVA: Acho que ela jogou realmente bem. Tal como e disse, ela começou muito bem, a jogar bolas profundas, na linha muitas vezes. Encontrei-me apenas a defender, apenas a responder.

Q. Que tipo de potencial? 
MARIA SHARAPOVA: Acho que ela tem um potencial enorme. Acho que para toda a gente é um caminho muito longo. Vão haver muitos torneios, muitas derrotas, muitas vitórias. Acho que vai ser importante aprender a partir das situações. E, sim, é óptimo e importante jogar em frente a centenas de pessoas com o apoio do público Inglês.
Também sinto que ao desenvolver o jogo, também é importante participar em torneios menos importantes, onde há poucas pessoas a ver e em que se está no 3º set e tem que se ganhar esses encontros porque no fim de contas levam à experiência. Aprende-se muito a partir desses encontros.
Ela vai ganhar essa experiência e vai ser uma jogadora melhor.



Q. Qual é para ti o maior desafio no teu serviço? Qual é a diferença entre quando está mesmo a funcionar e quando te está a trazer alguns sarilhos? 
MARIA SHARAPOVA: Bem, estava a perder 4-1 no 1º set. Acho que nesse momento, a minha percentagem de 1º serviços estava abaixo de 50%. Devia ser 30 ou 40%. Especialmente na relva, acho que os serviços são muito baixos e isso dá ao adversário muita vantagem, porque eles conseguem atacar mais facilmente. Não se está a colocar pressão neles.
Primeiro que tudo, acho que a minha percentagem tem que subir. Fui mais consistente. Acho que estava um bocadinho apressada hoje. No 2º set, comecei a sentir-me melhor ao servir.

Q. Há alguma diferença técnica que nos consigas dizer quando as coisas estão a ir bem e o 1º serviço está onde queres e quando há falhas? 
MARIA SHARAPOVA: Acho que é importante ganhar um bom ritmo no serviço. Normalmente é quando sinto o meu melhor.

Q. Em Paris disseste que gostavas de observar já que viajas por todo o mundo. Podes comparar os públicos nos três países diferentes quando jogaste contra estas jovens? 
MARIA SHARAPOVA: Difícil de comparar, o público americano é o mais barulhento, há tanta gente naquele estádio, mais do que em qualquer outro estádio no mundo. Acho que são mais educados aqui, embora sejam entusiásticos.
Acho que em Nova York há muitos desportos.

Q. E em Paris? 
MARIA SHARAPOVA: Em Paris, eles estavam mesmo a torcer por ela. Ela teve muitas oportunidades no 2º set. Estive a perder 4-1. Por isso eles estavam mesmo a torcer por ela.
Tive mesmo sorte em ganhar esse encontro.

Q. O encontro de hoje foi mais difícil do que aquilo que esperavas?
MARIA SHARAPOVA: Não, absolutamente. Estava a espera que ela jogasse muito bem. Não acho que ela tivesse nada a perder.

Q. Disseste que eras uma veterana no circuito. Qual é a sensação de se ser uma veterana? Há algum traço da jogadora adolescente que eras, que gostavas de ter de volta? 

MARIA SHARAPOVA: Eu não me arrependo de ter 24 anos. Acho que isso é relativamente bastante jovem (sorrindo). Tenho que dizer que sou muito sortuda por ter ganho experiência no circuito tão jovem ganhando tantos encontros. Acho que o sucesso das pessoas vem em diferentes momentos da sua carreira e da sua vida.
Nunca pensei ter sucesso tão cedo. Aprende-se muito. É óptimo. Mas também é difícil. Mas dá-nos imensa experiência, e aprendemos muito embora haja muitos dias difíceis e maus. Mas não me arrependo nem um segundo da idade que tenho.

Q. Tens algum conselho para a Laura, que está agora a começar a carreira profissional?
MARIA SHARAPOVA: Ela tem que continuar a aprender e continuar a jogar e continuar a trabalhar.
Está-se mais ou menos no meio do nada, a jogar torneios pequenos, onde se sente que talvez se possa atirar a raquete ao chão mais vezes do que talvez num Court Central.
Aprender. Acho que aprender é muito importante.

Q. Como é que eles compararam com a Maria Sharapova quando tu tinhas 17 anos? 
MARIA SHARAPOVA: Não tenho a certeza. Acho que é o vosso trabalho, não o meu.

Q. Deixaste a Europa, e agora vemos que este continente está a dominar ambos os circuitos. Porque é que achas que isso acontece? 
MARIA SHARAPOVA: O ténis não era um grande desporto na Rússia quando eu estava a crescer. Havia desportos mais importantes. Era difícil arranjar facilidades. Quero dizer, muitas coisas mudaram desde aí, desde aí tivemos muitos bons jogadores vindos da Rússia.
Acho que muitas raparigas e rapazes quiseram jogar ténis e por isso há mais oportunidades e mais facilidades. Mas ainda não é tão bom como pode ser; e os treinadores, também. Acho que por essa razão, tivemos que mudar.

Q. Houve alguns comentários feitos na televisão sobre o barulho que fazias quando batias na bola hoje.
MARIA SHARAPOVA: Tenho a certeza que não foi a primeira vez.

Q. Achas que fizeste mais barulho do que o que tens feito no passado, e achas que distrai a tua adversária?
MARIA SHARAPOVA: Não tenho a certeza. Como eu disse, acho que é o vosso trabalho, não o meu, de julgar.


Q. Falaste sobre aprender. Podias falar sobre como a tua resistência mental tem evoluído ao longo dos anos desde que eras mais nova? É uma coisa que tenhas trabalhado? 
MARIA SHARAPOVA: Bem, acho que a experiência é muito importante. Acho que é impagável. Mas não acho que a calma e a resistência mental sejam uma coisa que possa ser ensinada.
Acho que é como se vê certas situações em vez de se ser demasiado negativa, embora seja algo que se queira fazer. E é tão fácil mandarmo-nos abaixo, queremos atirar a nossa raquete, queixarmo-nos das coisas. Mas acho que pensamentos positivos levam a resultados muito melhores.
Quero dizer, é algo em que se possa trabalhar, absolutamente. Sim, é desafiante. Mas acho que a experiência ajudou-me.

Q. És uma ex-campeã aqui. Achas que as irmãs Williams ou as mulheres no geral deviam ter a superioridade quanto à escolha dos courts?
MARIA SHARAPOVA: Não estou a perceber.

Q. Elas queixaram-se de jogarem no Court 2. Talvez alguns dos ex-campeões não estejam a ser colocados nos courts mais importantes. 
MARIA SHARAPOVA: Não me estás a incluir nisso, estás?

Q. Estou a falar das irmãs Williams. No geral, elas sentem que deviam ser superiores ou as mulheres não estão a ter uma atribuição adequada? 
MARIA SHARAPOVA: Não tenho qualquer problema em jogar no Court 2 ou 3. Acho que são courts bastante grandes. Acho que joguei no Court 2 na 1º ronda o ano passado. Deu-me aquela vibração.
Um dos meus courts favoritos em Roland Garros é aquela arena. É o 2º court também.
Acho que é um sentimento óptimo cá dentro. Deu-me uma sensação parecida no Court 2. Talvez seja um passeio mais longo, mas um bom aquecimento.

Q. A Laura ganhou alguma experiência hoje, obviamente. Achas que há algo que tenhas aprendido através do encontro? 
MARIA SHARAPOVA: Acho que, seja qual for o resultado, estando a ganhar ou a perder, estou feliz de o ter ganho. Ela teve muitas oportunidades estando a ganhar 4-1, e no tie break também, estando a ganhar. Aproveitei as minhas oportunidades quando as tive.