Q: Obviamente que foi um inicio tardio, mas pareceu que começaste a dominar o jogo no 2º set. A Victoria também continuou resistente, não foi?
MARIA SHARAPOVA: Sim, é um pouco tarde quando se começa a jogar bem quando já está 4-0. Gostava de ter começado a jogar bem mais cedo. Contra uma jogadora como ela, tem que se ter esse nível desde o inicio ou então ela vai-se aproveitar disso. Vai ganhar mais confiança.
Sim, ela fez muitas coisas melhor que eu. Ela foi a agressiva. Respondeu melhor, e fez muitas coisas melhor do que eu fiz.
Q: Tu és apenas dois anos mais velha que ela, e no entanto, parece que há algumas parecenças no ponto em que ela secalhar viu-te e tentou parecer-se contigo em algumas coisas. Notas que estás a jogar contra alguém parecido contigo?
MS: Bem, ela tem um jogo agressivo. Ela arrisca. Sim, há algumas parecenças. Não sei se foi porque ela me viu ou se é apenas o jogo dela.
Q: Só ganhaste um jogo de serviço hoje. Houve algum problema em particular, ou apenas um dia mau?
MS: Sim, quero dizer, foi um dia mau em muitas partes do jogo. Houve muitos jogos em que eu estava a liderar por 30-0, 40-15, 40-0 e não ganhei o jogo de serviço. Houve jogos de serviço dela em que estava 30-30 e falhava a resposta, e isso tira-lhe toda a pressão. Dá-lhe toda a confiança do mundo.
Q: No inicio deste torneio, falaste sobre as tuas expectactivas para o Open da França.
MS: Que eu tenho expectactivas? O que queres dizer?
Q: Que queres jogar bem em Roland Garros.
MS: Certo.
Q: Podes explicar um pouco mais?
MS: Sim, é uma parte emocionante do ano que está a chegar. Adoro o verão. Adoro começar na terra batida. Sinto que aprendi muito lá, e o jogo é longo e interessante.
O Open da França é o único Grand Slam que eu não venci, por isso ia adorar competir lá e jogar bem. É um objectivo meu, sem dúvida.
E depois pouco a pouco começar na relva.
Q: Semi Finais em Indian Wells, Finais aqui, de volta ao top 10. Ainda precisas de alcançar uma grande vitória para que te sintas como, Ok, consigo ganhar um Grand Slam outra vez, ou sentes-te como se já conseguisses?
MS: Olha, não interessa se se ganha ou se se perde, quere-se sempre melhorar o jogo e ser melhor. É a maneira que eu vejo as coisas. Nunca me quero sentir satisfeita. Não acho que seja a mentalidade certa para se ter.
Estou muito, muito feliz com o que alcancei estas últimas três, quatro semanas. Se me visses, não sei, há dez semanas atrás quando eu voltei de Paris, não estava em forma para jogar nem um torneio.
Por isso é extraordinário que eu tenha conseguido alcançar isto. Como eu disse, eu fui para Indian Wells com poucas expectativas. Estive doente quase três semanas.
Estou orgulhosa disso. Definitivamente.
Q: Fizeste algumas mudanças no teu equipamento, particularmente na encordoação por causa do teu ombro?
MS: Hum, bem, eu mudei a minha raquete em Novembro. Comecei a jogar com uma Head, mas não por causa do ombro.
E a encordoação, mudei a encordoação muitas vezes. Também depende do tempo.
Q: Podias repetir o que é que passou pela tua cabeça quando a Vika jogou aquelas duas bolas consecutivas na tela, quando estava 3-0 ?
MS: Às vezes acontece. Eu podia estar a ganhar e isso podia ter acontecido. Estava a perder e aconteceu e não ajudou. O que se pode fazer sobre isso? É um desporto. Há uma rede.
Q: Podes elaborar um pouco mais sobre a doença? O que é que esteve errado naquelas três semanas antes de Indian Wells?
MS: Estive mesmo muito doente. Tive uma gripe. Foi muito mau. Apanhei-a em Moscovo e fui para Paris com ela, fiquei lá, e depois voltei para casa e apanhei uma infecção nos ouvidos e todas essas coisas.
Foi uma gripe normal, mas não tão normal.
Q: Normal/Anormal.
MS: Sim, apenas um processo de recuperação longo. Não estava num bom estado no primeiro dia que fui para o court, o meu treinador sabe, foi para rir. Perdi peso e parecia que nem estava lá. (Risos)
Q: Quantos dias de treino perdeste?
MS: Quase três semanas, duas semanas e meia. Mas treinei muito assim que recuperei a energia. Joguei alguns encontros, treinei com o Tommy Haas, isso foi muito divertido.
Sim, tive bons treinos.
Q: No final do 1º set, falaste com o teu treinador. Sobre o que é que vocês falaram?
MS: Hum, ele disse-me que eu tinha que ser a agressiva desde a primeira bola. Quando ela tem a oportunidade de ser agressiva na primeira bola é quando ela arrisca e está no seu melhor.
Q: O que é que significa ter-te de volta no top 10?
MS: Bem, significa que estou a ganhar encontros. Tem sido um longo caminho para chegar até aqui. Ainda não acabou.
Q: Sentes que o jogo feminino está aberto com as Williams de fora, com a desistência da Justine e a Caroline nunca ganhou um Slam. Sentes que elas deviam estar lá?
MS: Não se pode pensar assim. Tem que se ter a própria mentalidade. Se se pensa que se tem uma oportunidade porque alguém não está a jogar, é uma mentalidade muito fraca para se ter. Eu sou uma competidora. Gosto de jogar contra os melhores. Adoro jogar contra campeãs. É o que torna isto divertido.